Desistir é difícil, mas às vezes é necessário.

So long and thanks for all the fish!

A decisão de não mais continuar a manter o site atualizado não foi uma decisão fácil. No início do ano eu já havia pensado se realmente estava valendo a pena todo o trabalho envolvido na manutenção do site, tanto é que sequer renovei o registro do domínio quando ele expirou, entretanto acabei por rever minha decisão e renovei tanto o registro como os demais serviços que mantém o site no ar por mais algum tempo até que as novas idéias implementadas recentemente pudessem trazer resultados (afinal, já são mais de 5 anos trabalhando nesse projeto, achei que valeria a pena tentar mais uma vez).

Entretanto, passados mais de 6 meses dessa decisão, vejo que pouco (ou melhor, quase nada) mudou. O site tem uma boa cota de leitores assíduos, uma visitação que gera em média 10.000 visualizações de páginas (pageviews) todos os anos, mais de 500 seguidores no Twitter e um grande número nas diversas outras redes onde estou presente. Nesses 5 anos de vida já foram publicados mais de 200 posts, indicações de livros, vídeos, slides, entre outras coisas – uma média de um post novo a cada 10 dias.

Não são números astronômicos, mas são bastante relevantes na minha análise dado que o assunto é um tanto específico e que nunca busquei ter um site popular mas sim com um público selecionado e conteúdo diferenciado.

Imagino que aquilo que eu tenho para dizer tem algum valor pois as pessoas continuam voltando para ver o que eu tenho para falar, alguns sites reproduzem com a minha permissão aquilo que eu escrevo e vários outros simplesmente copiam descaradamente o que encontram por aqui sem sequer dar crédito ao artigo original, o que me leva a pensar que os artigos tem alguma relevância.

O site também está bem rankeado no resultado de pesquisas no Google, com mais de 10.000 impressões no último mês, como no caso da busca “O cliente tem sempre razão mesmo quando está errado” em primeiro lugar no momento em que escrevo esse post, e “Produtividade e satisfação nas organizações” na primeira página de resultados.

O site e os artigos renderam alguns resultados, como por exemplo uma entrevista para a revista Pellegrino e algumas citações em artigos e outros sites, porém são resultados muito tímidos para todo o esforço realizado.

Aqueles que se dispõem a manter um site e escrever sabem que isso não é uma tarefa fácil. É necessário tempo para ler, refletir, escrever, revisar, pesquisar, publicar, divulgar e muitas outras coisas que acontecem nos bastidores e consomem um bom tempo mas nunca aparecem para o usuário final, como manutenção do serviço de hospedagem, WordPress, plugins, temas, otimização para mecanismos de busca, manutenção do AdSense, Analytics, Google Webmasters, Buffer, Mailchimp e mais uma infinidade de tarefas. Tudo isso sem contar o dinheiro gasto com tudo isso que foi mencionado além da compra de livros, revistas, assinatura de sites, entre outras coisas.

Recentemente fiz a proposta de manter o site para uma base de membros pagantes, de forma que seria possível manter o projeto em andamento dentro do padrão de qualidade que sempre foi praticado. Mais de 1.200 pessoas da minha rede de contato foram consultadas, mas a conversão (número de pessoas que efetivamente tornaram-se membros) foi literalmente zero.

Uma alternativa a membros pagantes seria monetizar o site através do AdSense, mas isso gera muito pouco dinheiro (centavos na verdade) e seria necessário multiplicar no mínimo cem vezes a visitação atual para ter alguma renda que justificasse todo o trabalho.

Outra alternativa seria a doação, uma idéia semelhante ao Gittip, mas parece que ainda não temos essa cultura por aqui.

O site deve permanecer no ar por algum tempo – até o domínio expirar, até eu decidir cancelar o plano de hospedagem, o WordPress resolver removê-lo, ou qualquer coisa do tipo – e o conteúdo continuará acessível gratuitamente a todos como sempre foi, entretanto ele não será mais atualizado. Até cheguei a pensar em dizer que ele seria atualizado quando eu tivesse vontade, ou esporadicamente, mas achei melhor colocar um ponto final nesse projeto e não criar falsas expectativas.

Continuarei a “repensar o fantástico mundo dos negócios” no meu Twitter, LinkedIn e alguns outros lugares (se você ainda não me segue no Twitter essa é uma boa hora para começar a seguir), mas no que diz respeito ao site, esse é um capítulo encerrado. Talvez fechando essa porta, outras se abrirão.

Como é de costume, deixo um trecho do livro “The dip” do Seth Godin (na edição brasileira “O melhor do mundo) para encerrar esse último post.

A maioria das pessoas tem medo de desistir. É mais fácil ser medíocre do que enfrentar a realidade e desistir.

Desistir é difícil. Desistir exige que você reconheça que jamais será o número 1. Então é muito mais fácil continuar, não admitir suas limitações e aceitar a mediocridade.

Que desperdício.

Muito obrigado a todos que me acompanharam durante todo esse tempo, pelas contribuições, pelo apoio e pela sua atenção e disposição para ouvirem tudo aquilo que eu tinha para falar.

Sucesso a todos!

Luigui Moterani

16/12/2013

Os melhores livros sobre negócios de 2013

Os frequentadores assíduos do site já sabem da minha paixão por leitura – seja livros, revistas, jornais, artigos em sites – e em 2013 não foi diferente.

Como disse o Ricardo da Bizrevolution eu também “gasto mais dinheiro com livros do que com qualquer outra coisa”. Em média são 30 livros por ano, além de uma boa dose de revistas e diversos sites que acompanho diariamente.

Falando especificamente dos livros, meu critério para classificar um livro como excelente/bom/ruim é a quantidade de trechos que eu vou grifando enquanto leio. Como a maioria dos livros que leio há alguns anos são no formato digital, fica fácil gerenciar essa informação. O app do Kindle, por exemplo, tem um recurso muito bacana que permite você consultar apenas os trechos que grifou durante a leitura, fazer anotações, compartilhar essas informações e também ver quais os trechos do livro foram mais grifados pelos outros leitores, como também saber exatamente quantas pessoas acharam aquele trecho interessante (e talvez prestar mais atenção a ele).

Um outro recurso que acho muito bacana da plataforma da Amazon é a possibilidade de simplesmente devolver o livro se você não gostou dele. É extremamente simples e o reembolso é feito na hora, sem nenhum tipo de enrolação ou questionários querendo saber o porquê de você estar devolvendo o livro. Faço isso com frequência – se depois de 50 ou 100 páginas o livro simplesmente não me conquistou, ou se não consegui grifar nada, não encontrei nada de novo ou interessante, eu não penso duas vezes – acesso o painel da Amazon e clici “devolver para reembolso”.

Um outro hábito que tenho com relação à leitura é de fazer listas de livros que ainda quero ler. Eu utilizava bastante a opção “wish list” da Amazon (minha lista na Amazon deve ter uns 100 títulos atualmente) mas ultimamente passei a coletar essa informação no Evernote pois às vezes encontro um livro bacana em um outro site, ou então em uma livraria física e é um pouco trabalhoso acessar o site da Amazon, achar o livro e depois incluir na lista – simplesmente abro o app do Evernote e adiciono ele aos meus lembretes.

Sobre as revistas, esqueça as nacionais – Exame, PME, Você S/A, e outras do tipo – se você realmente quer aprender algo diferente, encontrar matérias relevantes e gastar pouco dinheiro leia as americanas. Não é para parecer esnobe, mas tudo o que sai de novidade sai primeiro em inglês. Além disso é muito mais barato assinar (ou comprar) a Inc. ou a FastCompany do que da Exame. Vai entender.

Atualmente tenho lido – e recomendo que você leia também – a Inc., FastCompany, Wired e Entrepreneur.

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E agora, fazendo justiça ao nome do post, vamos a lagunas indicações de livros!

  1. The Icarus Deception (Seth Godin) : recentemente postei a resenha do livro aqui no site, então não vou ficar repetindo os detalhes, apenas vou reforçar que vale muito ler esse livro! A pergunta que o autor quer plantar na sua cabeça é “Quão alto você vai voar?”. Não pense que é um livro cheio de besteiras de auto-ajuda. Ele mostra as mudanças que ocorreram no ambiente de trabalho recentemente e como os profissionais de hoje devem pensar e agir se quiserem ter sucesso. Leia a resenha que eu fiz aqui.
  2. The living company: growth, learning and longevity in business (Arie de Geus) : esse livro não é muito novo, mas trata de um assunto importante que é a capacidade das organizações aprenderem e se transformarem se quiserem continuar relevantes. O autor fala bastante sobre a mudança de uma sociedade baseada em capital para uma sociedade baseada em conhecimento, a necessidade das empresas aprenderem a “esquecer” e construir novos conhecimentos. Recomendo!
  3. Complexity leadership – Conceptual Foundations : um tema sobre o qual estudei bastante esse ano foi o tema “complexidade”. Há algum tempo vários autores vem alertando sobre essa mudança dentro das organizações e poucos estão ouvindo o que eles tem a dizer. Autores como Niels Pflaeging, Jurgen Appelo e Clemente Nóbrega tratam bastante sobre essas questões e eu sugiro que você comece a ouvir o que eles estão dizendo – se é que já não está ouvindo. Com relação ao livro ele é uma coletânea de diversos artigos que buscam compreender o papel da liderança dentro de um ambiente complexo. A leitura é um pouco pesada e eu apenas recomendo esse título se você já tem algum conhecimento sobre o assunto. Se não tiver, melhor começar por outros títulos mais básicos que vou recomendar abaixo.
  4. Leadership and the new science – discovering order in a chaotic world (Margaret Wheatley) : excelente livro para os iniciados no tema “complexidade”. É menos pesado que o título anterior mas mesmo assim é uma leitura que exige atenção. A autora analisa as principais mudanças na organização sobre a ótica da complexidade, o papel da cultura organizacional, modelos alternativos à visão homem-máquina/empresa-máquina. Escrevi bastante sobre ele em posts anteriores, veja aqui.
  5. What management is (Joan Magreta) : quer entender sobre gestão e já leu todos os livros do Drucker? Leia esse então. O livro é um curso básico sobre gestão, cobre assuntos como o que é gestão, inovação, métricas, execução, foco e todos os assuntos relevantes do dia a dia de qualquer negócio. Nada de muito novo, mas relevante e atemporal.
  6. Make your idea matter (Bernadette Jiwa) : não é exatamente um livro, é mais uma coletânea de pequenos artigos falando sobre marketing, relacionamento com clientes, empreendedorismo e outros assuntos relacionados. Leitura fácil e rápida, o tipo de livro para ler um capítulo todo dia pela manhã (ou noite) e refletir.
  7. How to Say It – Business to Business Selling (Geoffrey James) : excelente livro sobre vendas B2B, recomendo fortemente a leitura! O autor é colunista da Inc. Se você quer conhecer um pouco do conteúdo leia a coluna dele no site da revista e depois compre o livro.
  8. Agile Business – A Leader’s Guide to Harnessing Complexity (Bob Gower) : esse é o livro que eu indico se você quer começar a entender um pouco mais sobre complexidade. É uma coletânea de pequenos artigos falando sobre sistemas complexos, aplicação de métodos ágeis na gestão e outros assuntos relacionados. O livro foi escrito pelo pessoal da Rally Software, justamente aqueles que estão aplicando tudo aquilo que falam, pessoal que tem experiência sobre o que funciona ou não. Leia!
  9. The connected company (Dave Gray) : esse leva o título de “melhor dos melhores do ano”. Simplesmente fenomenal! Se você só conseguir ler um livro leia esse! O autor faz uma compilação sobre todos os assuntos que eu mencionei anteriormente nos outros livros. Mudança no mercado, mudança nas organizações, teoria da complexidade, transformações. Foi o livro que eu mais grifei, tuitei, compartilhei, etc. Leia, leia, leia!!!!
  10. The Art of Non-Conformity  (Chris Guillebeau) : livro bacana do mesmo autor do “The $100 Startup”. Na linha do “The Icarus Deception” fala sobre como fugir do mundo corporativo e realmente criar algo que faça sentido, que faça a diferença. Da pra ler em apenas uma sentada.

E você? O que leu de bacana esse ano? O que achou da lista? Já leu alguma coisa? Comente!

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Já conseguiu decidir?

Lever

É assim que se toma uma decisão!

Uma das tarefas mais rotineiras de uma pessoa dentro de qualquer organização é a tomada de decisão. Estudos estimam que uma pessoa precisa tomar, em média, de 20 a 30 decisões todos os dias ao mesmo tempo em que está sujeita a dezenas de viéses cognitivos (distorções de julgamento e percepção) que só servem para complicar ainda mais as coisas

A tomada de decisão é um processo cansativo e que acaba levando muitas pessoas à exaustão por não ser administrado corretamente. Toda vez que alguém precisa tomar uma decisão ela precisa, ainda que inconscientemente, dedicar energia, alocar tempo, analisar as alternativas à sua disposição, estimar as consequências e os riscos associados a cada uma delas e, após a decisão ter sido tomada, analisar se o resultado foi o esperado, tomar alguma medida corretiva ou então simplesmente aceitar os resultados alcançados (ainda que não forem os desejados).

Uma maneira de facilitar a tomada de decisões é definir critérios antes de iniciar todo esse processo, de forma que as coisas aconteçam de modo quase que “automático”.

Grande parte das pessoas se confundem e acabam utilizando os critérios a posteriori, mais como uma explicação daquilo que já foi definido, uma espécie de racionalização, uma forma de tentar explicar porque fizeram determinada escolha, quando na verdade os critérios deveriam ser o primeiro passo rumo à decisão.

Um critério deve ser entendido como um ponto inicial, um conjunto de regras para facilitar o trabalho. Não existem critérios “certos” ou “errados”. Alguns critérios podem se mostrar mais adequados, ou não, após a tomada de decisão, sendo que isso deve ser encarado como um processo, aprimorado todas as vezes em que algo não sair conforme esperado.

Uma metáfora muito útil na hora de pensar em critérios para a tomada de decisão é enxerga-los como uma “base” ou um “fundamento” a serem utilizados para facilitar a tarefa. Um critério pode ser visto como um “ponto de apoio” igual àquele presente em um sistema de alavancas.

Se você prestou atenção nas aulas de física do colégio deve se lembrar que o ponto de apoio em um sistema de alavanca serve para multiplicar a força aplicada a um outro objeto que impõe resistência. O critério é exatamente esse ponto de apoio, que multiplica seus recursos (força) na tomada de decisão (objeto que opõe resistência) facilitando o trabalho.

Arquimedes supostamente disse “Dê-me uma alavanca e um ponto de apoio e levantarei o mundo”. Pois bem, você pode até não precisar mover o mundo, mas pode facilitar muito a sua vida ao se lembrar dessa parábola.

Sua empresa não é o centro do universo

ptolomeu

Repita comigo: minha empresa não é o centro do universo!

Ptolomeu foi um cara muito bacana. Cientista grego nascido em Alexandria, Ptolomeu fez diversas contribuições para a ciência, tendo desenvolvido trabalhos importantes nas áreas da matemática, astronomia, geografia, cartografia, óptica e até teoria musical.

Apesar de todas as grandes contribuições, Ptolomeu deu uma bola fora e propôs equivocadamente em uma de suas teorias um sistema cosmológico geocêntrico, que dizia que a Terra era o centro do universo e que tudo mais – corpos celestes, planetas e estrelas – orbitavam em torno de nós.

Considerando que isso aconteceu há quase 2.000 anos atrás e levando em conta a escassez de ferramentas e tecnologia na época, fica fácil relevar esse “pequeno engano”. O grande problema é que isso continua acontecendo até hoje em uma outra área do conhecimento na qual Ptolomeu não deu nenhum pitaco: a gestão das organizações.

Em pleno século 21 existem empresas e pessoas que continuam agindo como se fossem o centro do universo.

Os gestores dessas organizações definem regras e políticas que atendem a seus interesses, e não aos dos clientes, justificam ações com base em suas necessidades, e não as do mercado, estabelecem dias e horários de atendimento com base em seus compromissos, e não os de seus consumidores.

Isso acontece em grande parte por conta da baixa competitividade dos mercado, protegido durante muito tempo da concorrência e financiado (ainda que indiretamente) por infindáveis subsídios e ações protecionistas perpetradas pelo governo e pessoas interessadas em manter o status quo. Afinal de conta, existe algo mais brasileiro que defender com unhas e dentes os “direitos adquiridos” ?

Em um mercado competitivo, com várias organizações atuando em um alto nível de eficiência (seja de qualidade, atendimento ao cliente, preços, etc.) isso jamais aconteceria. Ou a empresa busca melhorar a forma de fazer negócios ou ela é “atropelada” pelos demais concorrentes – sobrevivência dos mais aptos.

Para ilustrar como as organizações brasileiras estão distantes do ideal vale lembrar que uma pesquisa recente sobre a qualidade da gestão, abrangendo vários aspectos das organizações e realizada entre 20 países colocou o Brasil em 18° lugar, atrás de países como Argentina, Chile e México. Ganhamos apenas da Índia e empatamos com a China. (veja o estudo completo aqui).

 

Como você contribui para o sucesso da organização?

Já dizia Peter Drucker que uma das características de um gerente eficaz é a capacidade de se perguntar sempre “qual é a minha contribuição para a organização?”.

A pergunta pode até parecer fácil de ser respondida, mas as pessoas normalmente tem uma grande dificuldade de enxergar suas ações em termos de contribuição tendendo a responder em termos de responsabilidade ou descrições genéricas de cargos/funções.

Quando alguém diz algo como “eu sou o gerente de marketing” ou “eu sou responsável por administrar 100 funcionários” a pessoa não está se preocupando com os resultados que ela produz, mas sim com o esforço que ela dispensa.

Esforços, por si só, representam apenas gastos, investimento de recursos (tempo, energia, dinheiro, pessoas, etc). Contribuições é que são resultados.

É hora de mudar?

*trecho extraído e adaptado do livro “What’s the future of business: changing the way businesses create experiences” de Brian Solis

Todo mundo fala sobre mudança hoje em dia, mas falar é simples. A mudança é algo inevitável e raramente é fácil de se fazer. Entre as grandes dificuldades para se mudar está a habilidade em reconhecer a necessidade da mudança no momento em que efetivamente podemos fazer algo a respeito. Quase sempre, no momento em que percebemos a necessidade e nos dispomos a fazer algo, já é muito tarde. Ou pior ainda, a concorrência já realizou a mudança e tudo o que nos resta fazer é correr atrás do prejuízo, tomando ações impulsivas ou reativas ao invés de estratégicas.

O que eu li em 2012

Os livros são amigos mais confiáveis, os conselheiros mais sábios e os professores mais pacientes (Charles William Eliot)

A maioria dos artigos que escrevo tem como base uma idéia retirada de algum livro ou formada a partir de algo que li; sendo assim, nada melhor que ler para ter idéias, descobrir coisas novas, formar novos conceitos e reciclar os antigos.

Minha “dieta” de leitura é composta basicamente dos seguintes ingredientes:

  • Livros (média de 30 títulos por ano sendo 99% deles na versão digital, lidos no app Kindle para o iPad)
  • Revistas (FastCompany, Wired e Inc., todas elas na versão digital para o iPad)
  • Sites e Blogs (Harvard Business Review, Seth Godin, New York Times, Forbes, Mubarack e mais alguns)
  • Postagens no twitter (@jurgenappelo, @alfiekohn, @berkun, @betaleadership, @thebuildnetwork, @kenexa, @gallupjournal, @freek_vermeulen, @saade_br, @pwc_brasil, entre outros – veja a lista completa no meu twitter)

Resumir aqui todos os livros tomaria muito tempo e também não seria muito interessante uma vez que vou postando as idéias e trechos mais interessantes de cada um ao longo do ano, mas fazer uma lista com algumas recomendações, isso sim, acredito que seja útil para você que acompanha o blog. Sendo assim, aqui estão os livros que li em 2012:

Livros indispensáveis, você precisa ler agora!

  • Management 3.0: leading agile developers, developing agile leaders / Jurgen Appelo
  • How to change the world: change management 3.0 / Jurgen Appelo
  • The ambiguities of experience / James March
  • The ideal executive / Ichak Adizes
  • Punished by rewards / Alfie Kohn
  • The power of habit: why we do what we do in life and business / Charles Duhigg
  • Cognitive Surplus: creativity and generosity in a connected age / Clay Shirky

Livros muito interessantes, leia assim que possível.

  • Resilience / Andrew Zolli
  • Thinking in systems: a primer / Donella Meadows
  • Power: why some people have it – and others don’t / Jeffrey Pfeffer
  • Out of the crisis / Edwards Demming
  • Your brain at work / David Rock
  • Breaking the fear barrier: how fear destroys companies from the inside out, and what to do about it / Tom Rieger
  • Just listen: discover the secret to getting through to absolutely anyone / Mark Goulston
  • Quiet: the power of introverts in a world that can’t stop talking / Susan Cain

Livros interessantes mas que não trazem nada de muito novo (pelo menos para mim).

  • Rework / Jason Fried
  • The lean startup / Eric Ries
  • The signal and the noise: the art and science of prediction / Nate Silver
  • Building a magnetic culture / Kevin Sheridan
  • The challenger sale / Matthew Dixon
  • How to argue: powerfully, persuasively, positively / Jonathan Herring
  • What were they thinking?: unconventional wisdom about management / Jeffrey Pfeffer
  • How the mighty fall: and why some companies never give in / Jim Collins
  • Only the paranoid survive / Andrew Grove
  • The start-up of you / Reid Hoffman
  • Emotional equations / Chip Conley
  • The way we’re working isn’t working / Tony Schwartz
  • Why smart executives fail / Sidney Finkelstein
  • Thinking, fast and slow / Daniel Kahneman

Como mudar o mundo

Guarde sua esmola, eu quero mudança!

Para começar bem a semana segue abaixo um trecho retirado do livro “How to change the world: change management 3.0” de Jurgen Appelo.

Como lidar com uma organização ruim? Eu até gosto do meu trabalho mas não gosto da forma como a organização é administrada. Como lidar com isso?

Bom, é relativamente fácil. Você tem 3 opções:

  1. Ignore tudo: mudar uma organização é trabalhoso. Se você não tem disposição para aprender como ser um agente de mudança então pare de reclamar daquilo que você não gosta. Aceite que a organização é aquilo que ela é e aproveite as partes boas do seu trabalho. Se for essa sua escolha, pare de ler aqui.
  2. Peça demissão: a única razão pela qual organizações ruins existem é porque as pessoas não pedem demissão de seus trabalhos. Faça um favor ao mundo e encontre um lugar melhor para trabalhar. Ajude as organizações ruins a terem um fim digno e simplesmente não trabalhe para elas.
  3. Aprenda sobre mudança organizacional: a maior parte das pessoas é muito ruim em influenciar os outros e promover mudanças. Porém, se você realmente quer fazer isso, você pode aprender a ser um agente de mudança.

Aceite as coisas como elas são, abandone-as ou aprenda a realizar as mudanças necessárias.

Adaptação é para os fracos

Adaptação é para os fracos

Já dizia o famoso estatístico, professor, autor, palestrante e consultor W. Edwards Deming que “Não é necessário mudar, assim como não é necessário sobreviver”.

As organizações sofrem diariamente devido à sua falta de capacidade (vontade?) de mudar, muitas vezes colocando em xeque o futuro da empresa e depois quando não existe mais salvação colocam a culpa em quem não tem nada a ver com a história.

Pois bem, dentro desse racioncínio encontrei um trecho no livro que estou lendo atualmente “The ambiguities of experience”  do brilhante James G. March que analisa essa mesma questão de uma forma muito interessante. Segue abaixo um pequeno trecho traduzido e adaptado do original em inglês.

Para melhor se adaptarem ao ambiente as organizações normalmente implementam mudanças em suas práticas, procedimentos e forma de trabalho. Entretanto, o que acontece na maioria das vezes, principalmente entre empresas com algum poder de barganha no mercado, é que elas empreendem esforços para mudar o mercado de forma que ele se adapte à empresa.

Na perspectiva dessas empresas, mudança é para os fracos; os fortes se impõem e deixam que os outros façam o trabalho de adaptação. Os grandes impérios da história (Roma, China, Otomano, Espanhol, Inglês, União Soviética, Estados Unidos) triunfaram em grande parte pela sua habilidade em fazer com que o ambiente se adaptasse a eles, ao invés de gastar energia e recurso tentando se adaptar ao ambiente. O mesmo aconteceu com grandes impérios industriais (US Steel, GM, Shell, Unilever, Sony, IBM, Microsoft), bem como com as pessoas.

O problema dessa estratégia de adaptação (dos outros) no longo prazo é que, como ilustram os exemplos acima, a capacidade de adaptação da organização acaba se atrofiando de forma que, se a organização não mais for capaz de forçar o mercado a adaptar-se ou então se for necessário para a empresa adaptar-se ao mercado  o seu declínio será extremamente rápido e ela perderá sua posição dominante rapidamente.